O Hemocentro Coordenador de Mato Grosso do Sul celebra nesta terça-feira, 8 de dezembro, 32 anos de histórias de luta e superação em prol da vida. Com cerca de 53 mil transfusões por ano, a instituição é responsável pela distribuição de hemocomponentes e hemoderivados para as unidades hospitalares de todo o Estado e ao longo de três décadas coleciona memórias.
Um dos doadores regulares do Hemosul, o senhor José Carlos Vitorino, 63 anos, ex-funcionário da Força Aérea em São Paulo, começou a doar por força do trabalho. “Éramos sempre instados a colaborar”, explica. Além do trabalho também costumava socorrer amigos, familiares que precisavam de sangue. Com a mudança para Mato Grosso do Sul nos anos 1980, Vitorino ampliou sua percepção sobre a doação de sangue e transformou a atitude num ato humanitário. “Fui substituir um colega motorista no Hemosul, logo no início da estruturação do Centro e em seguida comecei a fazer parte do voluntariado”, explica. De lá para cá, ele contabiliza mais de 120 doações ao longo do tempo. A última foi feita no mês de outubro.
De outro lado, a doação também se faz presente. Além de doador voluntário, Edson Rodrigues da Silva é servidor do Hemosul há 31 anos. O técnico de laboratório é apaixonado pelo que faz, pois trabalhar na coleta possibilita que ele tenha contato direto com os doadores. Histórias com vários desfechos fazem parte da rotina dele que prefere lembrar das que trazem alegria, como a de doadores, até então desconhecidos, que foram colocados para tomar soro juntos, e tempos depois voltaram para contar que ficaram noivos. “É gratificante servir ao próximo, ajudar no que for preciso. Nessas três décadas já fiz muitas amizades, dessas de frequentar a casa mesmo e virar padrinho de casamento”, conta.
Fato é que quem doa voluntariamente nunca se imagina no papel de receptor. Luiz Henrique Maldonado é doador de sangue há 12 anos, e em fevereiro deste ano, sofreu um acidente de moto e precisou de bolsas de sangue e de plasma para sobreviver. Se antes do acidente, ele já fazia questão de levar alguém junto para doar sangue, agora faz questão de deixar uma mensagem para toda a sociedade. “Você só sabe o real poder da doação, quando sua vida depende totalmente daquilo”, afirma.
Há cinco anos na coordenação geral da Rede Hemosul, Marli Vavas aproveita a celebração de 32 anos para pedir que os doadores façam doações com mais frequência. “A rede Hemosul, assim como todas as instituições de saúde no mundo, passaram por vários desafios neste ano de 2020. A pandemia alterou muito nosso fluxo de trabalho, tivemos que nos adaptar às novas exigências e tivemos um número bem mais baixo de doadores para poder atender os pacientes que precisam. Para o ano de 2021 nós esperamos que essa pandemia acabe e que nós possamos cumprir com nossa missão de fornecer os hemocomponentes no tempo e momento adequado. Essa é nossa esperança, nós estamos aqui para trabalhar pelo bem comum dos doadores e dos pacientes e nós esperamos contar com todos para festejar esses 32 anos da Rede Hemosul”, destaca.
Mesmo com diversas campanhas e ações, as doações de sangue caíram cerca de 40% ao longo deste ano. Para manutenção do estoque estratégico o Hemosul precisa receber uma média de 150 a 180 doações diárias. Vale lembrar que além da demanda espontânea o Hemosul está agendando horário e reforçando os cuidados durante a pandemia. Os telefones para agendamento na Capital são os fixos (67) 3312-1516, (67) 3312-1529 e (67) 99298-6316. Informações sobre as unidades de coleta dos municípios do interior podem ser conferidas no site.
Mireli Obando e Theresa Hilcar, Subcom