Vimos aqui esclarecer algumas questões que estão sendo abordadas nas redes sociais e que são equivocadas. A principal característica da doação de sangue é a solidariedade, é salvar vidas. A política de sangue é nacional, definida pelo Ministério da Saúde e a Coordenadoria Geral de Sangue e Hemoderivados CGSH. Além disso, aprovada e conjuntamente definida por profissionais/cientistas competentes de saúde da OMS. Quando temos a verdadeira intenção de salvar vidas podemos ter dúvidas, críticas, sem problemas. Estamos abertos a responde-las. Porém, fazer campanha contra a doação de sangue é fazer campanha contra si mesmo, contra a saúde coletiva. Temos que lembrar que o paciente pode ser um irmão, um pai, uma mãe, um filho, um afilhado, um amigo ou até alguém desconhecido que precisa do sangue pra continuar vivo.
Nós temos os melhores exames do mundo, tecnologia de ponta e uma triagem clínica séria e capacitada. Porém, não há exame no mundo que capte o vírus nas primeiras semanas que ele entrou no seu organismo. Isso se chama janela imunológica. Por isso, um trabalho sério se faz com exames + triagem clínica bem feita.
A questão do preservativo não abona a pessoa, porque está comprovado que a contaminação pode acontecer de outras formas, pelas mucosas, de forma oral ou anal. Por isso, a legislação Portaria de Consolidação nº 5 das normas sobre o sangue de 28 de setembro de 2017 é tão rígida e feita com todo o cuidado para garantir um sangue seguro e sem contaminação.
Outra coisa: não importa se a pessoa é homem, mulher, hetero, homo, casado ou solteiro. O que importa é o “Comportamento”. Seja a pessoa casada ou não, se teve mais de um parceiro nos últimos 12 meses, ou parceiro eventual, ou fixo com menos de um ano, a lei impede. Haverá mudanças na legislação em breve, isto já está sendo estudado pelos diretores das hemorredes de todo o país, em relação aos prazos, mas não quanto à seriedade na triagem. Outro assunto que foi comentado: quanto aos LGBTQIA+ nós já contamos há anos com vários doadores homossexuais e agora a legislação federal liberou definitivamente. Para nós, o critério sempre foi o comportamento, para qualquer público. Então, sejam super bem vindos. Mais um assunto: quanto a tatuados, se já fizer um ano da última tatuagem será hiper bem vindo, como temos vários doadores lindamente tatuados. O que conta é o procedimento perfurocortante, igual a uma sobrancelha por micropigmentação, o que obviamente não tem nada a ver com preconceito. Enfim, não compreender que o procedimento hemoterápico de doação de sangue é direcionado pela ciência, que se houve inaptidão tem um propósito e uma explicação científica, é desmerecer a ciência e todos que estudam sobre um assunto. Estamos precisando sim de O- negativo, O+ positivo e várias outras tipagens, mas temos uma responsabilidade com o paciente. Caso transfundamos um sangue contaminado respondemos por isso. Se o doador não nos informar do seu comportamento e mentir ou omitir na triagem clínica como também foi cogitado nas redes, o doador responde criminalmente pela contaminação do paciente sabiam? Por isso o voto final que é depositado na caixinha vermelha. Isso é comprometimento. Significa que se houver contaminação nós fazemos a soroconversão, o caminho inverso, do paciente ao doador, tudo monitorado por código de barras, para identificar de quem é a responsabilidade. Nós contamos com a doação de todos que puderem. Hoje somos doadores, amanhã podemos ser pacientes precisando de pessoas que multipliquem esta linda causa. A vocês, nossos queridos doadores de sangue e medula óssea, o nosso Muito Obrigado!
#hemosulms